O Exército Vermelho, que vai libertando do poder nazi os países do leste, vai ao mesmo tempo assumindo o controlo dos mesmos.
O Ocidente começa a ficar apreensivo pois temem o avanço do comunismo.
A Questão Polaca:
Estaline não respeita o que ficou decidido e não faz eleições verdadeiramente livres. não permite o envio de observadores internacionais. Impondo um Governo da sua confiança.
Depois da guerra, o país caiu no regime comunista imposto pelos soviéticos, que não reflectia as aspirações da sociedade polaca.
O mesmo aconteceu aos outros países de leste (com excepção da Juguslávia), que se transformaram em democracias populares.
Cortina de Ferro:
Política de isolamento lançada pela União Soviética depois da Segunda Guerra Mundial, durante a chamada Guerra Fria, que envolveu uma grandes restrições na deslocação de pessoas. A expressão “Cortina de Ferro”, identificou o conjunto dos países europeus de regime comunista sob influência directa de Moscovo: Alemanha Oriental, Polónia, Checoslováquia, Hungria, Roménia, Bulgária e Albânia.
Esta funcionou como uma barreira à comunicação e à livre troca de ideias entre a URSS e as democracias populares e o resto do Mundo. A expressão "cortina de ferro" tornou-se popular depois de Churchill a ter usado num discurso em Fulton, Missouri, no dia 5 de Março de 1946, dizendo que esta se abateu sobre a Europa, dividindo-a em duas. Descrevendo a Europa do pós-guerra, afirmou:
"De Stettin, no Báltico a Trieste, no Adriático, caiu uma cortina de ferro sobre o continente".
Churchill acusa a URSS de fazer descer sobre a Europa uma cortina de ferro, ao fazer ascender os Partidos Comunistas ao poder nos países de Leste e ao criar uma área isolada.
Doutrinas Truman e Jdanov:
Segundo Truman o mundo está dividido em 2 sistemas antagónicos:
Um baseado na liberdade, os EUA e outro na opressão, a URSS. Segundo Truman compete aos americanos liderar o mundo livre e auxiliá-lo na luta contra o comunismo.
No dia 12 de Março de 1947, Harry Truman, presidente dos EUA, apresentou ao Congresso as directrizes da sua política externa. Ele exigiu esforços especiais para combater a expansão dos soviéticos no mundo.
"A fim de garantir o desenvolvimento pacífico das nações, sem exercer pressão, os Estados Unidos assumiram a maior parte na criação das Nações Unidas. Mas só concretizaremos nossas metas, se estivermos dispostos a ajudar povos soberanos na manutenção de suas instituições livres e de sua integridade nacional contra imposições de regimes autoritários."
Para Jadanov havia 2 sistemas: O mundo antidemocrático e imperialista, os EUA e o mundo democrático e anti - imperialista, a URSS. Partidário da ditadura do proletariado e do marxismo, defendia a democracia popular e opunha-se ao imperialismo de que os Estados Unidos da América eram o representante máximo.
Esta doutrina, emanada por Jdanov na conferência de Salarska Poreba (Polónia) - juntamente com Malenko -, prenunciava já a chamada Guerra Fria, tendo servido de base para a criação do Kominform (centro de informação e uniformização soviética dos partidos comunistas).
Plano Marshall:
Após a Segunda Guerra Mundial todos os países da Europa Ocidental se encontravam numa situação económico - financeira muito frágil devido à destruição de praticamente todos os sectores de actividade. O medo de que uma situação de crise pudesse levar as populações a aderir aos ideais comunistas defendidos pela União Soviética, fez com que os Estados Unidos, país que tinha aumentado o seu poderio económico e financeiro durante a Segunda Guerra Mundial, executasse um plano de ajudas financeiras.
O avanço comunista a Oriente e a ameaça de expansão dos seus ideais sobre outros países como a França ou a Itália, eram uma realidade. A Europa enfrentava cada vez mais manifestações de contestação aos governos constituídos. Daí que os EUA tivessem de travar essa tendência. Assim, em 1947, o presidente Truman e o secretário de Estado George Marshall propuseram ao congresso dos EUA a aplicação de um Programa de Recuperação Económica o Plano Marshall (a iniciativa recebeu o nome do Secretário do Estado dos Estados Unidos).
Os recursos do Plano Marshall foram utilizados, inicialmente, para comprar alimentos, rações e fertilizantes. A seguir matérias-primas, produtos semi-industrializados, máquinas, veículos e combustíveis.
Os resultados da ajuda surgiram rapidamente: a Inglaterra recuperou, a França, a Itália e a Alemanha também.
Se é certo que os Estados Unidos lucraram no com esta situação também é verdade que foi esta ajuda que permitiu o ressurgimento da economia Europeia.
Através dele os EUA estendiam o seu modelo económico e político na Europa.
Foram ao todo 16 nações, as abrangidas pelo plano Marshall, incluindo Portugal. O plano durou até 1952. As quantias foram administradas pela Organização da Cooperação Económica Europeia, que viria a tornar-se na OCDE que ainda existe.
Quando terminou, a economia europeia tinha-se elevado cerca de 1/3 acima dos valores de antes da guerra e o expansionismo soviético tinha sido contido.
Resposta da URSS ao Plano Marshall:
Kominform – Organização internacional dos Partidos Comunistas; que reunia sob o comando do PCUS, todos os PC da Europa Oriental, Itália e França; sob a coordenação do Partido Comunista da URSS. O Cominform era uma organização de origem soviética fundada em Setembro de 1947, numa reunião em Szklarska Poreba, na Polónia, para congregar os partidos comunistas europeus. O encontro foi convocado por Estaline em
resposta às divergências entre os governos do Leste Europeu quanto a comparecer ou não à conferência do Plano Marshall em Paris, em Julho de 1947.
Este organismo estabelecia a ligação entre os partidos comunistas das várias repúblicas de Leste e apoiava os movimentos revolucionários no exterior.
O seu principal organizador foi Jdanov.
O propósito do Kominform era coordenar acções entre partidos comunistas sob orientação soviética.
Dessa reunião resultou a radicalização esquerdista dos regimes políticos do Leste Europeu.
Comecon - Plano de ajuda económica da URSS aos seus aliados para promover o seu desenvolvimento.
O Comecon, fundado em 1949, visava a integração económica das nações do Leste Europeu. O aparecimento da Comecon surgiu como a resposta soviética ao Plano Marshall, que visava apoiar a reconstrução económica da Europa Ocidental.
Os países que integraram a organização internacional foram a União Soviética, Alemanha Oriental (1950-1990), Checoslováquia, Polónia, Bulgária, Hungria e Roménia. Mais tarde juntaram-se a Mongólia (1962), Cuba (1972) e Vietname(1978).
Bloqueio de Berlim:
Em 1945 a Alemanha perdeu a 2ª Guerra e como consequência foi ocupada pelas tropas aliadas e dividida em 4 zonas de influência, ficando também assim dividida a cidade de Berlim.
Em 1948 o reino Unido, os EUA e a França decidiram promover a constituição de um novo Estado Alemão e para isso queriam unir as zonas ocupadas por eles.
A URSS não concordou com este projecto e menos com essa união em Berlim.
Como resposta fez o Bloqueio de Berlim, cortaram as comunicações fluviais e terrestres aos seus antigos aliados.
A resposta dos Aliados foi o abastecimento pelo ar criando uma ponte aérea para abastecer Berlim, Operação Vittles, a maior e mais importante operação aérea de ajuda humanitária já realizada. Os três corredores aéreos de 32 quilómetros de largura ligando Berlim a Hamburgo, Frankfurt e Bückeburg.
Os soviéticos encerraram o bloqueio em 1949, quando viram que era inútil tentar subjugar Berlim Ocidental por terra, pois a cidade era totalmente abastecida pelo ar de combustível, alimentos e produtos básicos pelos países ocidentais. Assim, o bloqueio falha.
Os aliados ocidentais, criaram a República Federal Alemã (com capital em Bona) que incluía Berlim Ocidental, abrangida pelo Plano Marshall, o que contribuiu para o seu desenvolvimento económico.
Mais tarde a URSS, transformou a sua área de ocupação na República Democrática Alemã (com capital em Berlim), ficando integrada no mundo socialista e no Komecon.
Blocos Militares:
A 4 de Abril 1949 foi criada a OTAN / NATO. Doze estados ocidentais - Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, Bélgica, Países Baixos, Alemanha, Itália, Luxemburgo, Noruega, Islândia, Canadá e Portugal - assinaram a Organização do Tratado do Atlântico Norte.4 de Abril 1949-Criação da OTAN / NATO. Doze estados ocidentais - Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, Bélgica, Países Baixos, Alemanha, Itália, Luxemburgo, Noruega, Islândia, Canadá e Portugal - assinam a Organização do Tratado do Atlântico Norte. A aliança militar que previa uma defesa colectiva contra a agressão soviética implicou um sensível aumento da influência e do poder dos Estados Unidos sobre a Europa. O tratado experimentou distintas modificações desde ... A aliança militar que tinha como objectivo a protecção internacional em caso de um suposto ataque dos países do leste europeu. Previa uma defesa colectiva contra a agressão soviética e implicou um aumento da influência e do poder dos Estados Unidos sobre a Europa.
A organização surgiu no contexto da Guerra Fria, com o objectivo de constituir uma frente oposta ao bloco comunista, que, aliás, poucos anos depois lhe haveria de contrapor o Pacto de Varsóvia, aliança militar do leste europeu.
Desta forma, a NATO, tinha na sua origem, um significado e um objectivo paralelos aos do Plano Marshall: O primeiro no domínio político-militar e o segundo no domínio político-económico.
Os estados signatários do tratado de 1949 estabeleceram um compromisso de cooperação estratégica em tempo de paz e contraíram uma obrigação de auxílio mútuo em caso de ataque a qualquer dos países-membros.
Pacto de Varsóvia:
Tratado de Amizade, Cooperação e Assistência Mútua, assinado em 1955 estabeleceu uma aliança militar entre os Estados Socialistas da Europa Central e de Leste, no âmbito da política de defesa, em resposta à criação da NATO.
O tratado foi celebrado na capital da Polónia, Varsóvia, e estabeleceu o alinhamento dos países membros com Moscovo, estabelecendo um compromisso de ajuda mútua em caso de agressões militares.
Os países que fizeram parte do Pacto de Varsóvia eram: a União Soviética, a Alemanha Oriental, a Bulgária, a Hungria, a Polónia, a Checoslováquia e a Roménia. Todos os Estados socialistas da Europa Central e de Leste se constituíram membros do Pacto excepto a Jugoslávia.
O Pacto acabaria por constituir, de facto, uma forma de controlo, por parte da URSS, sendo um instrumento ao dispor desta para exercer uma influência e domínio ideológico no contexto da Guerra Fria, sobre os países com democracias populares.
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